O momento do feedback pode ser mais efetivo quando visto como uma oportunidade de se desenvolver, não como crítica.

O momento do feedback pode ser mais efetivo quando visto como uma oportunidade de se desenvolver, não como crítica.

Sabe o frio na barriga que sentimos quando sabemos que precisamos dar um feedback difícil para um subordinado? E o nervosismo antes daquela reunião em que sabemos que vamos receber um? Sim, mas – ainda bem – existem algumas coisas que podemos fazer para facilitar este processo.

Dar feedback é uma das coisas mais importantes que podemos fazer como líderes, porque é por meio dele que podemos ajudar alguém a se desenvolver.

Ao mesmo tempo, é uma das tarefas mais difíceis porque, infelizmente, temos o costume de enxergá-lo como uma crítica – e não gostamos de criticar os outros, muito menos de ser criticados.

Para começar, podemos mudar um pouco esta abordagem.

Se passarmos a enxergá-lo como algo construtivo, que fazemos porque queremos bem àquela pessoa e desejamos ajudá-la, fica bem mais fácil. Na verdade, dar feedback é algo que só fazemos quando nos preocupamos com o outro. Caso contrário, deixamos de lado com a ideia de que “não adianta mesmo” ou “não vai fazer diferença”. Este é um dos pontos mais importantes para um bom feedback: que seja bem-intencionado.

Além disso, para que seja efetivo, é preciso que seja específico e refira-se a um comportamento observado sobre o qual a pessoa possa fazer algo a respeito, evitando generalizações e julgamentos. Deve ainda ser dado de forma direta. Esqueça aquela técnica do sanduíche – falar algo bom, algo ruim e algo bom no final – isso pode confundir seu interlocutor.

O ideal segue uma regra bem simples: dê o contexto, exemplifique o comportamento observado e explique o impacto que este comportamento teve em você, no time ou na organização. Termine com uma sugestão da mudança que gostaria de ver. Por exemplo: “Nas últimas três reuniões você chegou atrasado, fazendo com que nós perdêssemos tempo retomando assuntos e não conseguíssemos finalizar no horário e cobrir toda a agenda. Você poderia chegar na hora a partir de hoje, por favor?” Simples e de fácil entendimento, não é?

Lembre-se, por fim, que recebê-lo também é difícil e geralmente ativa nossos mecanismos de defesa. Use a sua empatia para colocar-se no lugar do outro e pensar sobre como ele está recebendo a mensagem.

Caso seja você a receber, procure não discuti-lo ou rebatê-lo de imediato. Se a pessoa está investindo nisso o tempo dela, é porque se preocupa com você e quer ajudá-lo. Escute, entenda a perspectiva do outro e reflita sobre ela. Depois, se for o caso, volte a conversar com a pessoa sobre o assunto. Mas somente depois de refletir. 

“Feedback é um ato de amor. Não discuta, registre e reflita sobre o que quer fazer a respeito!”

Ele é uma ferramenta importantíssima não só para o desenvolvimento do outro, mas também para a construção de relacionamentos sólidos. É impossível estabelecer uma relação de confiança com alguém quando nos esquivamos de dizer a esta pessoa o que funciona e o que não funciona para nós.

Além disso, muitas de nossas fortalezas ficam no escuro, e o feedback honesto pode nos ajudar a enxergá-las, permitindo alavancar seus uso para alcançar nosso potencial. Da mesma forma, ter ciência de nossos pontos de desenvolvimento é o primeiro passo para melhorar nosso desempenho, e esse processo é crucial para trazer à luz também essas áreas de oportunidade.


Publicado em: 01/01/1970 00:00:00
Facebook Twitter Google Plus LinkedIn Whatsapp